Trabalhador por aplicativo tem baixa proteção social, diz sindicalista
- robertojunquilho
- 3 de dez.
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“É uma categoria jovem, pobre, racializada, de baixa proteção social e totalmente dependente da renda por corrida”, afirmou o representante do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Aplicativos do Espírito Santo (Sintappes), Gessé Gomes de Souza Júnior, na Tribuna Popular desta quarta-feira (3) na Assembleia Legislativa.
]Mais de 70% dos trabalhadores não têm autonomia para definir tarifas, prazos ou formas de pagamento. Há casos de motoristas que recebem apenas R$ 5,85 por corrida, enquanto plataformas cobram valores maiores dos usuários. “Por isso defendemos a tarifa mínima de R$ 10 para todos os serviços”, disse.
Destacou que o crescimento do setor veio acompanhado de aumento da precarização. e citou dados segundo os quais trabalhadores “plataformizados” recebem 8,3% menos por hora do que os demais e trabalham cinco horas e meia a mais por semana. “Mais trabalho, menos renda e mais risco. Quando o ganho cai, o risco sobe. A tarifa mínima de R$ 10 interrompe esse ciclo de precarização e morte”.
Gessé apontou tarifas muito baixas ao aumento de acidentes, ao uso intensivo de energéticos para manter longas jornadas e ao congestionamento gerado pela alta circulação de motociclistas e motoristas que precisam compensar a baixa remuneração com mais corridas.
O perfil predominante dos trabalhadores por aplicativo, segundo Gessé é formado por 81,3% de homens; 60,5% têm até 39 anos; 56%, pessoas pardas ou pretas; 59,3% possuem ensino médio completo ou superior incompleto; 74,3% dos motoristas e 78,4% dos entregadores não contribuem para a Previdência.
Apoio
Gessé também defendeu a criação de pontos de apoio para os trabalhadores, com banheiros, áreas de descanso e estrutura mínima. Ele lembrou que essa demanda já havia sido levada à Prefeitura de Vitória e destacou a iniciativa do deputado Coronel Weliton (PRD) em propor indicações relacionadas ao tema.
“Ponto de apoio não é necessidade do trabalhador por aplicativo. É necessidade da sociedade. A qualquer momento, qualquer pessoa pode sofrer uma limitação fisiológica. É inconcebível uma cidade sem sanitários públicos adequados”, afirmou






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