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Lula diz que invasão dos EUA na Venezuela seria "uma catástrofe"

  • robertojunquilho
  • há 3 dias
  • 3 min de leitura
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"Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo". A fala é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi dita em discurso na reunião do Mercosul, neste sábado (20). O presidente destacou que há o risco de um conflito armado na América do Sul diante da ameaça de intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela, que pode levar à tentativa de derrubar o atual regime do presidente Nicolás Maduro e, com isso, desencadear uma nova guerra na região de proporções imprevisíveis.


"Passadas mais de quatro décadas desde a Guerra das Malvinas, o continente sul-americano volta a ser assombrado pela presença militar de uma potência extrarregional. Os limites do direito internacional estão sendo testados", disse Lula ao alertar que uma invasão na Venezuela seria uma catástrofe.


Neste momento, tropas dos EUA cercam o Mar do Caribe na fronteira venezuelana, sob alegação de combate ao narcotráfico. Foi montado um bloqueio para impedir a navegação de navios petroleiros do país caribenho, um dos maiores produtores de petróleo do planeta.


O petróleo é o coração da economia da Venezuela e a ação norte-americano pode causar um asfixia financeira ao país.


Desde de setembro, cerca de 25 ataques a embarcações no Caribe foram realizados por forças militares dos EUA, matando pelo menos 95 pessoas.


"[A Venezuela] está completamente cercada pela maior armada já reunida na história da América do Sul. Ela só vai crescer, e o choque para eles será algo nunca visto antes – até que devolvam aos Estados Unidos da América todo o petróleo, terras e outros bens que nos roubaram", disse o presidente dos EUA, Donald Trump, nos últimos dias.


A ameaça elevou a tensão e abriu interpretações sobre qual seria o real interesse norte-americano em mudar o regime na Venezuela, além do alegado combate ao narcotráfico.


Em entrevista a jornalistas, na última quinta-feira (18), no Palácio do Planalto, Lula informou ter mantido conversas por telefone tanto com Maduro como com Trump, na tentativa de buscar uma solução diplomática para a situação.


"Falei para o presidente Maduro que se ele quisesse que o Brasil ajudasse com alguma coisa ele tinha que dizer o que ele gostaria que a gente fizesse. E disse ao Trump: 'Se você achar que o Brasil pode contribuir, nós teremos todo interesse de conversar com a Venezuela, de conversar com vocês, conversar com outros países para que a gente evite um confronto armado aqui na América Latina e na nossa querida América do Sul. E o Brasil tem muito apreço por isso, porque nós temos muitos quilômetros de fronteira com a Venezuela", afirmou, na ocasião.


"Era possível negociar sem guerra. Então, eu fico sempre preocupado com o que está por detrás. Porque não pode ser apenas a questão de derrubar o Maduro. Quais são os interesses outros que a gente tem e ainda não [se] sabe?", questionou o presidente brasileiro sobre as motivações norte-americanas para a ameaça militar.


Lula também prometeu ligar novamente para Trump antes do Natal e já havia alertado o ministro das Relações Exteriores, Mauro Viera, para que não se afastasse muito longe do Brasil ao longo das próximas semanas, caso o cenário piore ainda mais.


As forças armadas dos Estados Unidos realizaram exercícios militares nos aeroportos de Ponce e Aguadilla, em Porto Rico, nesta sexta-feira (19), em meio à campanha de pressão do presidente americano Donald Trump sobre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.


As ameaças


Nas últimas semanas, os EUA realizaram ataques contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas na região, sem apresentarem provas, apreenderam um petroleiro sujeito a sanções na costa da Venezuela e declararam um "bloqueio" a todos os petroleiros sujeitos a sanções que entram e saem da Venezuela.


Maduro e seu governo negam veementemente qualquer ligação com o crime organizado e afirmam que os EUA buscam depô-lo para assumir o controle das vastas reservas de petróleo da Venezuela.



 
 
 

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